A escola que nossos filhos frequentam atualmente não é tão diferente da que frequentamos quando éramos crianças e adolescentes, ou da que nossos pais conheceram. Claro que o uso de computadores e outras tecnologias digitais nas salas de aula cresceu muito nas últimas décadas, mas o modelo de escola permanece fundamentalmente o mesmo desde que o ensino básico começou a se universalizar. Mas o mundo se transformou totalmente neste período.
Ouvimos falar muito que a escola precisa mudar muito para acompanhar essas imensas transformações que ocorreram e as que ainda estão por vir, que devem ser ainda mais profundas. Será que a escola dos nossos netos será tão diferente quanto precisa ser? Essa reflexão sobre como deve ser a escola do futuro foi tema de um artigo recente de Ana Maria Diniz, fundadora do Instituto Península, que atua na formação de professores, publicado no jornal Valor Econômico .
A pandemia da Covid-19 e a necessidade do fechamento das escolas por um longo período em 2020 e 2021 nos deu uma amostra do que pode ser a escola do futuro – e também de suas limitações e problemas, como a desigualdade no acesso às tecnologias digitais, que agrava as desvantagens dos alunos mais pobres. Esse contexto da pandemia demonstrou a importância da família estar próxima da escola e acompanhar de perto a educação dos seus filhos. Não sabemos como será a escola do futuro, mas com certeza a participação da família nesse processo será cada vez mais importante.
Este é um fator que vem mudando muito ao longo das décadas. No passado, a família se mantinha mais afastada do cotidiano escolar das crianças e adolescentes. Pesquisas e estudos de caso em escolas modelo da rede pública já provaram que o envolvimento dos pais e responsáveis tem um papel essencial para a qualidade do ensino e, com a pandemia, as famílias foram praticamente jogados para dentro da dinâmica educacional dos estudantes. Muitos só perceberam dessa forma a desconexão que havia.
Os pais e responsáveis que passaram a acompanhar de perto as jornadas educacionais dos filhos podem conhecer melhor os interesses, talentos e dificuldades deles, os diferentes estilos de aprendizados e como o que é ensinado na sala de aula dialoga com a realidade. Assim, esses familiares tiveram a oportunidade de repensar o papel da escola e explorar novos modelos de aprendizagem.
O crescimento do interesse pelo ensino domiciliar, ou homeschooling, é uma amostra desse maior interesse dos pais e responsáveis pelo ensino das crianças e adolescentes. Mas é importante lembrar que, ao tirar a criança da escola para ensiná-la em casa, perde-se não só com a falta do acompanhamento pedagógico especializado como o convívio social na escola.
Os pais podem e devem se envolver mais na educação dos filhos, passarem os conteúdos que acham importantes e talvez não estejam no currículo escolar, mas o ambiente escolar segue tendo um papel crucial. A família deve se aproximar mais da escola, participar das reuniões, dialogar com os professores, a direção escolar e com os outros pais, e assim juntos, de forma coletiva, construir a escola que queremos para o futuro. É nisso que o Instituto Órizon acredita, e buscamos fazer nossa parte nessa construção coletiva da escola do futuro por meio de nossas ações de apoio a organizações educacionais. Transformando a escola, transformaremos a realidade!
Para saber mais:
O futuro da escola – Ana Maria Diniz