Dia Mundial da Educação: os desafios para uma educação realmente transformadora

No dia 28 de abril, celebramos o Dia Mundial da Educação, data que marca o compromisso de 164 países com o desenvolvimento da educação até 2030, firmado no Fórum Mundial de Educação realizado em Dacar, no Senegal, no ano 2000. A data é propícia à reflexão sobre o papel transformador da educação na construção de sociedades mais justas, prósperas e democráticas. No Brasil e no mundo, tivemos muitos avanços no acesso à educação nas últimas décadas, mas ainda há vários desafios para a universalização de fato do ensino. A tecnologia surge tanto como aliada quanto como potencial vilã, e os recursos escassos impedem os investimentos necessários para garantir uma educação pública de qualidade para todos.

O Brasil, especificamente, ainda enfrenta graves desigualdades no acesso e na qualidade da educação. Dados recentes apontam para altos índices de evasão escolar, defasagem no aprendizado e falta de infraestrutura adequada em muitas escolas públicas. Já falamos aqui, por exemplo, sobre a dificuldade do Brasil para cumprir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE). A pandemia de COVID-19 agravou esses problemas, evidenciando a necessidade de políticas públicas robustas e inovadoras.

O caso brasileiro mostra como a responsabilidade pela transformação educacional não pode recair apenas sobre o Estado. A necessidade de conter os gastos públicos e de controle fiscal faz com que a expansão dos recursos destinados à educação pública seja menor do que seria necessário. Assim, a filantropia privada e o terceiro setor têm cada vez mais um papel essencial.

Terceiro setor pode complementar ações e fomentar articulações

Organizações filantrópicas, institutos e fundações podem atuar de maneira estratégica, complementando e fortalecendo as ações do setor público. Seja por meio do financiamento de projetos inovadores, do apoio à formação de professores, da implementação de tecnologias educacionais ou do desenvolvimento de metodologias pedagógicas baseadas em evidências, o apoio filantrópico pode gerar impactos duradouros na educação brasileira.

Mais do que investir recursos financeiros, a filantropia pode fomentar articulações entre diferentes atores – governo, sociedade civil, setor privado e academia – promovendo uma visão sistêmica e colaborativa para a melhoria da educação pública. Iniciativas que respeitam e valorizam a diversidade regional, que escutam as necessidades das comunidades escolares e que apostam na gestão eficiente dos recursos são fundamentais para gerar transformações efetivas.

Tecnologia e valorização docente são desafios

A educação de qualidade é a chave para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Populações mais educadas tendem a apresentar melhores índices de empregabilidade, maior capacidade de inovação, fortalecimento da cidadania e participação democrática. Investir em educação, portanto, é investir no futuro do país.

Em tempos de Inteligência Artificial, é importante lembrar ainda que além do investimento em ferramentas tecnológicas e para garantir o acesso à internet nas escolas de todo o Brasil, o papel do professor ainda é fundamental. A valorização docente, com bons salários, condições de trabalho e planos de carreira, com ênfase na formação continuada para preparar os professores para o mundo digital, é tão importante quanto investir em tecnologia.

Neste Dia Mundial da Educação, o Instituto Órizon, uma organização filantrópica criada para apoiar ações transformadoras de organizações sociais no campo da educação, reafirma nosso compromisso com essa causa. Acreditamos que, juntos, setor público, filantropia e sociedade civil podem construir um país onde a educação seja, de fato, um direito de todos e um motor de desenvolvimento para toda a sociedade.

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