Economia circular une solidariedade e sustentabilidade

Às vezes você se pega pensando que está com muita coisa acumulando em casa e precisa dar aquela “limpa”? Entre reality shows que mostram pessoas acumuladoras – um transtorno mental sério, a síndrome da acumulação compulsiva – e o sucesso dos livros a séries da organizadora Marie Kondo, que desenvolveu um método para se livrar das “tranqueiras” e ter uma casa organizada, todos estamos prestando mais atenção a esse tema. Será que precisamos mesmo de todas as coisas que temos?

Um dos grandes debates em torno da sustentabilidade é o volume de coisas – os diversos objetos do dia a dia, de roupas, itens de decoração, cozinha, brinquedos das crianças… que são produzidas e rapidamente descartadas, indo parar nos lixões, cursos d’água e nos oceanos. Segundo o relatório Global Waste Management Outlook 2024, desenvolvido pela International Solid Waste Association (ISWA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), caso não haja mudança nos padrões de produção, consumo e descarte de materiais, a geração de resíduos sólidos domiciliar no mundo deve crescer 80% entre 2020 e 2050, passando de 2,1 bilhões de toneladas ao ano para 3,8 bilhões.

No Brasil, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos 2022, foram gerados cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos domiciliares, das quais 76 milhões de toneladas foram coletadas. 40% disso, cerca de 29,7 milhões de toneladas, ainda segue para destinos inadequados – lixões e aterros controlados. Apesar do grande avanço na coleta seletiva nas últimas décadas, a reciclagem ainda não dá conta de evitar que grande parte dos resíduos plásticos, os que mais causam problemas ambientais, sejam descartados no meio ambiente. Para materiais como roupas e tecidos, a reciclagem é ainda mais difícil

Circularidade começa no design de produtos

A reciclagem é só um dos aspectos de um conceito que, se bem implementado, pode ser um dos principais fatores na criação de um futuro realmente sustentável: a economia circular. Esse modelo de produção de consumo, envolve, além da reciclagem de matérias como plástico, papelão, vidro e metais, o compartilhamento, aluguel, reutilização, reparação e renovação de recursos, materiais e produtos. É algo que o ser humano sempre fez para aumentar a vida útil dos produtos e materiais que precisamos no nosso dia a dia. Foi relativamente abandonado com a ilusão de “abundância” trazida pela revolução industrial, mas a consciência dos limites dos recursos naturais e da necessidade de uma gestão sustentável de resíduos fez com que, nos últimos anos, esse conceito voltasse com tudo.

Quando você faz aquela limpa de objetos como roupas, brinquedos e itens de cozinha em casa e destina para doação, está participando da economia circular enquanto realiza um ato solidário. Mas a economia circular vai muito além, e para ser realmente efetiva, precisa ser embutida em cada etapa dos ciclos de produção. Por exemplo, um produto pode ser desenvolvido, desde as etapas iniciais do processo de produção, para ser mais durável, ter uma vida útil mais extensa e, quando ela acabar, seus componentes poderem ser reciclados ou reutilizados.  Estima-se que mais de 80% do impacto ambiental de um produto seja determinado durante a fase de projeto. Esse vídeo da Ellen MacArthur Foundation explica didaticamente os fundamentos da economia circular.

OSCs captam recursos com a economia circular

A economia circular também pode ser uma importante fonte de arrecadação de recursos para organizações do terceiro setor. Muitas OSCs realizam bazares solidários, feiras, brechós, revendo itens doados para levantar dinheiro para custear suas atividades. Uma organização que faz isso com muito sucesso é o Pró-Saber São Paulo, uma das OSCs apoiadas pelo Instituto Órizon. Eles contam com um bazar na comunidade de Paraisópolis, que vende a preços simbólicos para a comunidade roupas de crianças e adultos, brinquedos, fantasias infantis, eletrônicos, utensílios de cozinha, mochilas e acessórios doados. Toda a verba arrecadada no bazar é utilizada para a manutenção dos programas de estímulo à leitura que o Pró-Saber SP realiza na comunidade.

Como parte do nosso apoio ao Pró-Saber, o Órizon realizou diversas campanhas de doação para o bazar da organização. Em 2023, por exemplo, articulamos uma campanha de doação nas unidades do CURA grupo, que arrecadou 1.570 peças de roupas. Também realizamos campanhas de doação em dois dos nossos fundos fundadores, o Patria Investments e o Warburg Pincus LLC.

Acreditamos no poder da economia circular!

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