Quando lançamos o primeiro edital de apoio para OSCs que atuam na área da educação, nós do Instituto Órizon sabíamos que iríamos aprender muito. Ao conhecer a realidade e necessidades das entidades que estão na linha de frente ajudando jovens em desvantagem social a atingir seu potencial em educação, no trabalho e na vida, percebemos muitas coisas que ajudarão o Órizon a apoiar com maior efetividade essas instituições.
Por exemplo, entre as 247 OSCs que se inscreveram para o edital, identificamos quatro que, por já terem uma gestão bem sólida e estruturada, não precisavam do apoio no formato que estava previsto no edital. Todas reportaram um desafio parecido de dar impulso para seu processo de digitalização da oferta social. Afinal, a transformação digital é uma realidade que já se impõe há algum tempo, não só para empresas e organizações com fins lucrativos em geral quanto para o terceiro setor. A pandemia da COVID-19 e necessidade de distanciamento social aceleraram ainda mais essa necessidade de digitalização, para as instituições conseguirem, por exemplo, manter seu fluxo de arrecadação de recursos ou escalabilidade de atendimento, essencial para a manutenção das atividades.
Então resolvemos fazer algo que não estava no escopo inicial do projeto: escolhemos duas dessas OSCs que precisam de ajuda em sua estratégia de digitalização, o Instituto Iochpe e o Ser Mais, e estamos desenvolvendo um plano de apoio para eles. Buscamos especialistas no tema da digitalização e tecnologia para dar suporte a esse plano. Os principais parceiros são a ponteAponte, consultoria com foco em qualificar o investimento social, ampliando seu impacto positivo, que está como facilitadora, e as especialistas em digitalização Carolina da Costa, da Mauá Capital, e Camila Cardoso, da Somos Educação.
Atividades primeiro edital de apoio a OSCs envolvem rodas de conversa e oficinas
As atividades serão divididas em duas etapas. Na primeira, já demos início, no dia 12 de agosto, às rodadas de trocas para diagnóstico, para proporcionar momentos de reflexão sobre necessidades específicas do processo de digitalização entre representantes das ONGs e os especialistas. Primeiramente fizemos uma reunião coletiva, reuniões individuais com cada instituição para identificar o estágio de desenvolvimento da digitalização, nos dias 17 a 20 de agosto, e uma oficina online de duas horas com especialistas em educação e digitalização para identificação dos pontos a serem desenvolvidos nos projetos.
A partir dessa primeira etapa, as OSCs, com ajuda dos especialistas, desenvolverão seus Planos, ou Teses de Digitalização. Com isso, enviaremos em 31 de agosto um formulário de projeto e materiais didáticos para embasar os documentos e haverá novas reuniões com especialistas, para delineamento dos planos, no mês de setembro. Os projetos com as Teses de Digitalização devem ser enviados até 24 de setembro. Os planos serão defendidos por cada instituição com o motivo para buscar o processo de digitalização, e uma tabela comparativa dos elementos atuais, “gaps” e como solucionar. Os especialistas darão um feedback final e, dependendo da necessidade, o Órizon irá avaliar a possibilidade de financiar o plano e apoiar as OSCs na implementação dos planos em questão.
Estamos muito animados com essa ramificação da atuação do Instituto Órizon que não estava em nossos planos iniciais, mas surgiu da constatação das necessidades das OSCs. Este é um bom exemplo das potencialidades do Venture Philanthropy. Os princípios de parceria e troca de conhecimento do VP já estão se mostrando fortes ferramentas para a melhoria da educação no Brasil!