Empresas podem apoiar iniciativas de Venture Philanthropy de diversas formas

Cada vez mais, consumidores e demais stakeholders estão cobrando e pressionando empresas de todos os portes e setores a exercerem ativamente sua responsabilidade socioambiental. Com o avanço do ESG, as empresas precisam mostrar o que fazem em relação a temas como sustentabilidade, diversidade & inclusão e impacto social em seus relatórios anuais e isto conta para sua valorização do mercado.

Algumas companhias já atuam de forma consistente há algum tempo nestas frentes, por meio de fundações e iniciativas consolidadas. Outras começaram apenas recentemente. Outras, ainda, estão começando agora a estruturar suas esquipes de ESG, cuja responsabilidade, anteriormente, estava fragmentadas dentro da organização. De qualquer forma, o público está atento e cobra por ações efetivas, que gerem impacto e transformações reais. Não adianta mais só fazer marketing. Seja para empresas que já possuem um setor de responsabilidade socioambiental bem estabelecido ou para as que estão estruturando agora, o Venture Philanthropy se apresenta como um framework com potencial de gerar grandes transformações.

Apoio não-financeiro é um dos pilares do Venture Philanthropy

Baseado nos conceitos do Venture Capital, que impulsionou a revolução das startups, o Venture Philanthropy é uma abordagem em que investidores com grande comprometimento e dispostos a um relacionamento de longo prazo apoiam organizações de propósito social para ajudá-las a maximizar seu impacto. Entre os princípios do VP estão o engajamento a longo prazo com as entidades beneficiadas, o foco no impacto (e sua mensuração), o suporte financeiro customizado e, por fim, diversas formas de apoio não-financeiro.

Neste último quesito, empresas buscando aumentar seu impacto social podem apoiar iniciativas de Venture Philanthropy de diversas formas. Qual é a especialidade da sua empresa? O que vocês fazem bem? Como essa expertise pode ser aplicada a uma organização social para maximizar o impacto que ela gera? Respondendo a essas perguntas, você já tem uma boa noção de como sua empresa pode prover um apoio não-financeiro dentro do universo do Venture Philanthropy.
Esse suporte não-financeiro para as organizações sociais se divide em três áreas:

Impacto social: esse é o objetivo final, a mudança social que beneficia o público-alvo atendido pelas ações da organização.

Sustentabilidade financeira: a avaliação de que a OS terá recursos suficientes para continuar exercendo sua missão social. Esses recursos podem vir de financiadores e doadores e também de atividades que gerem receita.

Resiliência operacional: avaliação do grau de maturidade da OS, baseada no grau de desenvolvimento da equipe de gestores e organização (capacidade de obtenção de recursos, governança etc.)

Para se engajar em uma ação de Venture Philanthropy oferecendo apoio não-financeiro, uma empresa deve seguir cinco passos:

1 – Mapear os recursos da empresa: esses recursos podem ser oferecidos pela equipe interna da empresa ou consultores externos atuando pro bono ou com uma remuneração abaixo do mercado, e devem ser divididos de acordo com as três áreas listadas acima. Por exemplo, para a sustentabilidade financeira, podem ser oferecidos serviços de planejamento de modelos de negócio, métodos de gestão financeira, contabilidade etc. Para a resiliência organizacional, programas de coaching e mentoria, gestão de recrutamento e retenção de talentos, apoio ao conselho administrativo, assessoria jurídica, de comunicação e marketing, tecnologia da informação…

2 – Avaliar as necessidades da OS: Para saber quais serviços sua empresa pode oferecer, é preciso entender do que a entidade assistida mais precisa. Essa avaliação deve ser feita nas três áreas do suporte não-financeiro. É possível fazer uma primeira avaliação mais ampla e, identificadas as principais necessidades, trabalhar em conjunto para fazer uma análise mais profunda para que o impacto da parceria seja o maior possível.

3 – Desenvolver o plano de apoio: estabelecer prioridades, traçar estratégias, etapas, metas, baseadas em entregas concretas de resultados.

4 – Implementação do apoio não-financeiro: É a hora de “pôr a mão na massa” e de fato realizar o trabalho. Realização das sessões de mentoria, treinamentos etc.

5 – Mensuração de impacto: com o trabalho feito, o último passo é avaliar o resultado, a partir de métricas consistentes, para ter uma visão clara de se o impacto pretendido foi alcançado.

Entre os benefícios que as empresas podem obter ao investir no Venture Philanthropy estão o aumento da reputação de marca por se associar a ações de impacto social, o networking com outros players que estão envolvidos nas ações e uma melhoria do clima organizacional com a equipe trabalhando em soluções que ajudam a construir um mundo melhor.

A melhor maneira de sua empresa se envolver no mundo do Venture Philanthropy é buscando parcerias com fundos e iniciativas já estabelecidos. No Instituto Órizon, referência em Venture Philanthropy no Brasil, já fechamos parcerias com algumas empresas que estão oferecendo sua expertise em diversas áreas para as entidades da área da educação apoiadas pelo instituto. Entre elas estão a Accountify, plataforma online de gestão financeira e contabilidade, a consultoria Bain & Company e a Mazars, especialista em audit, tax e advisory.

Compartilhe:

Veja também

Usamos cookies para melhorar sua experiência em nosso site. Se você continuar a usar o Instituto Órizon, registraremos que está de acordo. Saiba quais dados são recolhidos acessando nossa Politica de Privacidade.

Quer tranformar também?