Filantropia Corporativa: crescimento e futuro

Gestão financeira profissional faz a diferença nas entidades do Terceiro Setor

Você já parou para pensar na importância da filantropia corporativa? Ao longo do Século XIX, o mundo passou por um intenso processo de transformações trazido principalmente pela Revolução Industrial. O surgimento do modelo industrial de produção gerou crescimento econômico e melhoria da vida com a introdução de novas tecnologias. Mas também consequências negativas, como a precarização do trabalho dos operários das fábricas, declínio dos modos de vida tradicionais e uma brutal desigualdade de renda. Os grandes líderes empresariais que surgiram na esteira da Revolução Industrial acumulavam quantidades gigantescas de recursos, enquanto a maioria da população vivia na pobreza.

Esse processo levou ao desenvolvimento dos sindicatos e organizações trabalhistas, greves e revoluções. Principalmente nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França, principais potências industriais da época, os governos foram pressionados a criar leis trabalhistas, fiscalizar as condições das fábricas e os operários receberam direitos como férias e folgas no fim de semana, a jornada de trabalho de oito horas e a erradicação do trabalho infantil.

Pressionados pelas demandas governamentais e dos operários, e também movidos pela convicção moral, geralmente de fundo religioso, de que deveriam compartilhar sua riqueza com os que mais precisavam, muitos desses grandes industriais da época passaram a doar parte considerável de sua riqueza antes da morte para causas sociais, de saúde, educacionais e culturais. Era o nascimento da filantropia moderna.

Nomes como John D. Rockefeller (1839-1937), fundador da Standard Oil e da então nascente indústria do petróleo, e Andrew Carnegie (1835-1919), que se tornou o barão da indústria do aço nos EUA, são considerados os pais da filantropia. Nascidos na pobreza e tornados os homens mais ricos do mundo à época, criaram fundações e institutos para gerir as doações que faziam para a criação de escolas e universidades, bibliotecas, museus, hospitais e serviços de saúde e outras iniciativas.

Eficiência na aplicação dos recursos une Filantropia Corporativa e Venture Philanthropy

A cultura da filantropia já fazia parte dos preceitos cristãos de caridade com os necessitados, sendo praticada principalmente pelas igrejas. Mas a grande inovação dessa primeira geração de filantropos corporativos foi utilizar princípios e técnicas do mundo empresarial para gerir e investir da melhor maneira os recursos, de modo a obter o maior impacto possível pelo valor investido. Desde então, a Filantropia Corporativa se estabeleceu, principalmente nos Estados Unidos, como uma importante ferramenta para o desenvolvimento social, educacional e cultural.

Nas últimas décadas, com o avanço da desigualdade e o surgimento de novos desafios como as mudanças climáticas, e mais recentemente a pandemia da Covid-19, aumentaram as pressões da sociedade, incluindo consumidores e os próprios colaboradores, para que as empresas e investidores cumprissem com sua responsabilidade socioambiental. Isso deu grande impulso às doações de recursos e também ao desenvolvimento da gestão para que esses recursos sejam aplicados com mais eficiência, em parceria com as organizações sociais e outros atores da sociedade civil.

Aplicação do venture philanthropy

Atualmente, o conceito de Venture Philanthropy tem dado ênfase a esse aspecto de utilizar também os recursos intelectuais das empresas e fundos de investimento, como a expertise em captação, gestão e alocação de recursos, sistemas e conceitos de gestão, comunicação e marketing e digitalização, para potencializar a oferta social promovida por Organizações da Sociedade Civil (OSCs). A iniciativa é principalmente dos grandes fundos de investimento, venture capital e private equity, que aplicam em organizações e ações sociais a mesma metodologia empregada em empresas que recebem investimento e também um “choque de gestão” para se tornarem mais eficientes e produtivas. Cada vez mais, empresas estão utilizando o conceito de Venture Philanthropy em suas ações de responsabilidade social.

Tipos e métodos de Filantropia Corporativa

A Filantropia Corporativa pode assumir diversas formas. Além das doações em dinheiro, os investimentos filantrópicos das empresas podem incluir e doação de produtos e serviços, assistência técnica, programas de voluntariado para colaboradores e outras formas de investimento de impacto social.

Falando apenas das doações financeiras, elas podem vir em forma de grants, ou doações em espécie “a fundo perdido”. Os grants possuem várias modalidades, como os matching grants, em que as empresas se propõem a doar o mesmo valor que seus colaboradores doam para organizações sociais, oferecimento de bolsas de estudo para estudantes de baixa renda completarem sua formação e programas de patrocínio. Aqui no Brasil, existem diversos mecanismos de renúncia fiscal e leis de incentivo para empresas que doam para fundos dedicados ao esporte, crianças e adolescentes e idosos, por exemplo.

Outras formas de investimento social

No entanto, o apoio pode vir também em forma de investimento de impacto social, em que é esperado um retorno social, mas também um resultado financeiro que torne o projeto autossustentável. Por exemplo, programas de capacitação profissional e empreendedorismo, com geração de renda para comunidades de baixa renda. Os fundos de investimento têm cada vez mais dado atenção a esse tema, e os fundos sociais e de ESG têm crescido e trazendo boa rentabilidade aos investidores enquanto promovem ações positivas na sociedade.

O Instituto Órizon nasceu para ser essa ponte entre empresas e investidores e organizações sociais que fazem já um trabalho importante, mas precisam ganhar escala e eficiência para atingir mais pessoas e gerar mais impacto positivo. Filantropia corporativa e Venture Philanthropy têm tudo a ver, e se você está procurando um parceiro e uma metodologia para dar um gás ao programa de Corporate Philanthropy da sua empresa, fale com a gente!

Para saber mais:

Filantropia corporativa no Brasil: uma análise das doações empresariais em meio à pandemia da Covid-19 – Sinapse GIFE

Qual a diferença entre filantropia e responsabilidade social – Movimento Bem Maior

Compartilhe:

Veja também

Usamos cookies para melhorar sua experiência em nosso site. Se você continuar a usar o Instituto Órizon, registraremos que está de acordo. Saiba quais dados são recolhidos acessando nossa Politica de Privacidade.

Quer tranformar também?