Em setembro de 2023, mostramos no Linkedin do Instituto Órizon que a Geração Z foi o destaque na Pesquisa Doação Brasil 2022, realizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. O levantamento apontou que cresceu bastante a proporção dos de doadores na chamada Geração Z, que reúne os nascidos entre meados da década de 1990 e 2010: de 63% em 2021, passaram para 84% no ano seguinte.
Em um artigo no site do IDIS, Luisa Lima e Lavínia Xavier se aprofundam no que a Pesquisa Doação Brasil descobriu sobre os hábitos de doação da Geração Z e buscaram apontar formas do Terceiro Setor se comunicar com esses jovens. Elas lembram que construir uma cultura de doação é um processo gradual, de longo prazo, “moldado ao longo do tempo pelas mudanças, novas demandas socioambientais e, sobretudo, pela participação ativa da sociedade e sua confiança de que essas doações farão, de fato, a diferença”.
As autoras afirmam que os mais jovens são naturalmente parte fundamental na disseminação dessa cultura. Segundo ela, se aprenderem desde cedo a importância de doarem recursos, tempo e talento para causas e organizações que beneficiam a coletividade. Eles trazem energia, criatividade e perspectivas inovadoras sobre formas de se engajar.
Geração Z tem maior interesse por trabalho voluntário
Entre os dados da Pesquisa Doação Brasil que elas destacam, está o fato da Geração Z doar proporcionalmente mais por meio do trabalho voluntário do que o restante da população e menos em dinheiro. Os jovens que fazem doações têm ainda uma tendência significativa a promover ou contribuir de alguma forma para campanhas de arrecadação ou mobilização.
Outro dado interessante é que os jovens buscam mais significado em suas doações e desejam apoiar organizações que gerem impacto sustentável a longo prazo. Isso indica que o propósito e o sentimento de contribuir positivamente têm mais valor para o grupo do que para qualquer outra geração. Esse tipo de dado é muito valioso para organizações sociais que querem atrair doadores deste público-alvo, por exemplo.
Pesquisa aponta projeções para o futuro
A pesquisa também demonstra outro ponto interessante sobre doadores da Geração Z. Eles não apenas afirmaram planejar continuar suas doações, como também acreditam que doarão mais em comparação com o ano anterior. Essa abertura indica uma oportunidade para as organizações filantrópicas de se envolverem com a Geração Z. Conforme vão envelhecendo, esse público tende a aumentar sua renda e ter mais condições financeiras de doar.
A Pesquisa Doação Brasil também mostrou que o ambiente escolar e universitário desempenha um papel significativo na motivação dos jovens com relação a causas sociais. Esse tipo de parceira de OSCs com escolas, faculdades e empresas que tem uma grande força de trabalho jovem, inclusive para a promoção de trabalho voluntário, se mostra outra boa estratégia.
As autoras alertam que, apesar de toda a sinergia entre a Geração Z e a cultura de doação, práticas como essas ainda são relativamente escassas. Principalmente comparado as organizações e iniciativas do terceiro setor que têm se empenhado ativamente na captação e comunicação direta com o público mais jovem. No entanto, observar de perto o comportamento e tendências desse grupo pode trazer um ótimo retorno às organizações que souberem se comunicar com esse público.
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