Nova pesquisa comprova que Investimento Social Privado (ISP) e ESG combinam

Cada vez mais está aumentando a percepção no mercado corporativo de que as ações em ESG (Enviornmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança), não são gastos para uma empresa, mas um investimento em sua própria sustentabilidade financeira e capacidade para ser uma das líderes do futuro. Em março, publicamos um artigo aqui no LinkedIn do Órizon sobre este alinhamento cada vez mais necessário entre o Investimento Social Privado (ISP), esse investimento em causas socioambientais que pode trazer retorno a curto, médio e longo prazo, e o core business, ou o negócio principal das empresas. No texto, falamos que o tema já apareceu na Pesquisa Benchmarking di Investimento Social Corporativo (BISC).

E agora, foi lançado um novo estudo desenvolvido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), que comprova, a partir de dados do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) B3, principal indicador de sustentabilidade das empresas brasileiras listadas na Bolsa, a correlação entre o Investimento Social Privado (ISP) e o bom desempenho das empresas nos indicadores de ESG e nos resultados financeiros e valorização das empresas do mercado.

A pesquisa ‘Investimento Social Privado: estratégias que alavancam a agenda ESG’ utiliza o coeficiente de correlação de Pearson para analisar os dados de ESG divulgados pelas empresas que fazem parte do ISE B3. O índice mede as práticas de sustentabilidade em 59 tópicos, divididos em seis dimensões: Capital Humano, Governança Corporativa, Modelo de Negócios e Inovação, Capital Social, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas. O estudo do IDIS pegou os indicadores que fazem parte do tópico de Investimento Social Privado e Cidadania Corporativa, integrante do eixo de Capital Social, e mensuraram a relação deles com o índice como um todo.

O levantamento analisou o triênio 2022-2024 das empresas que fazem parte do indicador. Foram analisados os dados de 143 empresas no total. Cada um dos tópicos foi analisado em relação ao índice total, e nos três anos, o Investimento Social Privado esteve entre os 10 tópicos com maior correlação. Em 2024, o ISP foi o 6º tópico com maior correlação, com o coeficiente 0,72. Além disso, a pesquisa apontou que as empresas que adotaram as 16 boas práticas de Investimento Social Privado que constam do ISE tiveram um desempenho financeiro melhor do que as que não adotaram as boas práticas.

Alinhamento entre ISP e o negócio não é tarefa fácil

Segundo Marcos Alexandre Manoel, diretor de projetos no IDIS, uma estratégia de ISP alinhada à estratégia ESG ajuda a materializar o propósito da organização para seus stakeholders, gerando resultados tangíveis para a empresa e para a sociedade. “O investimento de uma empresa em projetos socioambientais pode ser uma boa maneira de engajar diferentes partes interessadas e iniciar agendas coletivas com o poder público e sociedade civil organizada, promovendo benefícios tanto para a sociedade quanto para as empresas”, afirma. Mas Manoel alerta que esse alinhamento não é tarefa fácil. Além de ser preciso conectar as ações com os desafios do negócio e o propósito das marcas, uma atuação estratégica deve considerar aspectos materiais do negócio e um bom mapeamento de partes interessadas e diferentes formas de engajá-las. Além disso, ações socioambientais devem ser complementares aos esforços empreendidos pelo Terceiro Setor, promovendo trocas que enriquecem a atuação de todos os atores”.

Outro achado da pesquisa é que a performance no tópico de Investimento Social Privado é levemente melhor, na média e mediana, em empresas que possuem um veículo filantrópico, ou seja, que realizam parte ou a totalidade de seu ISP por meio de instituto ou fundação ligada à empresa, mas com certa independência. Ainda destacamos o ponto de a prática de avaliação de projetos apoiados foi a que apresentou o maior crescimento no triênio, evidenciando sua valorização. Já a garantia de autossuficiência para organizações e auditoria para projetos apoiados são as práticas menos adotadas. Aliás, as empresas que avaliam o resultado de suas iniciativas de ISP também apresentaram uma performance superior no índice como um todo.

Criado com o propósito de potencializar o Investimento Social Privado no Brasil por meio do venture philanthropy, o Insituto Órizon celebra esta e outras pesquisas do IDIS e demais componentes do ecossistema do ISP no Brasil para mensurar e analisar os dados sobre o ISP. Esse trabalho é essencial para aprimorar cada vez mais os mecanismos de investimento e destravar recursos que irão para as ações que trarão o impacto mais profundo para quem mais precisa!

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