Em 18 de abril é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil, data estabelecida em 2002 com o objetivo de conscientizar sobre a importância da literatura para desenvolvimento na primeira infância. Além de estimular o gosto de crianças e adolescentes por esse universo. O dia foi escolhido pois nesta data, em 1892, nascia o escritor Monteiro Lobato, considerado o percursor da literatura infanto-juvenil no Brasil.
A importância da literatura para desenvolvimento
Entrar em contato com os livros ainda na primeira infância e criar o hábito da leitura, estimula nas crianças a capacidade de cognitiva. Além disso, outras características como o raciocínio, a criatividade, a empatia, o respeito, a imaginação e a socialização também são trabalhadas com a literatura para desenvolvimento.
No momento de se alfabetizar, as crianças que já desenvolveram o gosto pelos livros e histórias adquirem mais rapidamente vocabulário e capacidade de escrita. Para além, o pensamento crítico e uma “leitura de mundo” mais sensível e humanizada também podem ser destacadas.
Monteiro Lobato, com os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo, é sem dúvida o nome mais conhecido da literatura infantil no Brasil. O primeiro que publicou sistematicamente para crianças, criou outras obras fantasiosas, que dialogam com personagens e fatos históricos e com o folclore nacional, como Reinações de Narizinho e Caçadas de Pedrinho. No entanto, Lobato também foi pioneiro nos livros paradidáticos, que buscam ensinar de forma mais lúdica tópicos do currículo educacional. Entre as obras estão Emília no país da gramática e Aritmética da Emília.
Lobato foi o precursor de uma rica tradição da literatura infanto-juvenil brasileira, que inclui clássicos como Meu pé de laranja lima (1968), de José Mauro de Vasconcelos, Marcelo, marmelo, martelo (1976), de Ruth Rocha, A droga da obediência (1984), de Pedro Bandeira, e os títulos da Série Vaga-Lume, da editora Ática, como A ilha perdida (1973), de Maria José Dupré, O escaravelho do diabo (1974), de Lúcia Machado de Almeida e O mistério do cinco estrelas (1981), de Marcos Rey.
Ziraldo e seu Menino Maluquinho marcaram a literatura infantil brasileira
Recentemente, perdemos um dos grandes nomes da história da literatura infanto-juvenil e das artes visuais no Brasil, o mineiro Ziraldo Alves Pinto (1932-1942). Além disso, Ziraldo é conhecido por O Menino Maluquinho (1980), um dos maiores fenômenos editoriais da literatura infantil, que vendeu até hoje mais de 4 milhões de exemplares e inspirou um filme de longa-metragem, lançado em 1995, e mais recentemente, uma série de animação, disponível na Netflix.
Mas ele é autor de diversos outros livros infantis, sempre ilustrados com o traço característico, como o vanguardista Flicts (1969). Outros sucessos infantis de Ziraldo são O bichinho da maçã (1982) e Uma professora muito maluquinha (1995). Além de autor de livros amados, Ziraldo foi um grande defensor dos direitos das crianças e lutou por uma educação de qualidade, valorizando a infância.
Nesse sentido, Ziraldo também foi pioneiro dos quadrinhos brasileiros, com a criação da Turma do Pererê, gibi que circulou entre 1960 e 1964. As histórias em quadrinhos são parte importante da literatura infanto-juvenil e no desenvolvimento do gosto pela leitura nas crianças. No Brasil, temos como grande nome das HQs infantis Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica. Ele acompanha gerações de leitores que aprenderam a ler com a ajuda das histórias de Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali, Chico Bento e outros personagens icônicos.
Além da literatura para desenvolvimento
No ano passado, falamos no Instituto Órizon sobre como o Brasil ainda não venceu o desafio da alfabetização, e como o desenvolvimento da fluência leitora é fundamental para formarmos futuros cidadãos que não só saibam ler, mas saibam interpretar textos. Por isso, celebramos todos os dias, e não só em 18 de abril. Acreditamos em nossa literatura infantil e apoiamos projetos de desenvolvimento da leitura como o programa Pró Ler & Brincar, do Pró-Saber SP.