Você já deve ter ouvido falar sobre a Geração X, Geração Y (ou Millenials), Geração Z, Baby Boomers… Essas divisões geracionais são uma generalização, mas de fato cada geração, que dura mais ou menos 25 anos (embora esse tempo esteja encurtando), tem características próprias, marcadas pelo contexto social, econômico e tecnológico de sua época.
Os chamados baby boomers são a geração nascida após a Segunda Guerra Mundial, mais ou menos entre 1946 e 1964. Depois deles, veio a Geração X, dos nascidos entre 1965 e 1980. Já os Millenials da Geração Y são os que nasceram entre 1981 e 1996. Depois veio a Geração Y, que reúne os nascidos entre 1997 e 2013. E agora estamos na Geração Alpha, dos nascidos após 2013.
Muita coisa mudou de 1946 até hoje. A evolução tecnológica, as condições socioeconômicas, e os valores, aspirações e estímulos que os jovens da geração Z que hoje estão entrando na universidade recebem pouco têm em comum com a do baby boomer ou do membro da geração X que nasceu em 1965 e hoje já está pensando na aposentadoria. Educar esse jovem atual é uma tarefa muito diversa da de cinco décadas atrás. A educação mudou, mas mais lentamente e menos profundamente do que as outras mudanças.
Os baby boomers e a geração X tinham, de certa forma, uma trajetória de vida muito mais estável. A escolha da carreira, por exemplo, valia até a aposentadoria. O objetivo era entrar em uma boa empresa, ir crescendo lá dentro e, se possível, se aposentar tendo trabalhado apenas em um lugar. Hoje, isso é uma realidade cada vez mais distante. As profissões estão muito mais fluidas e há muito mais opções, mas também mais instabilidade. O modelo escolar que ainda temos é o criado para o modelo econômico industrial, que fazia sentido para as antigas gerações, e não para os jovens de hoje, nascidos na era pós-industrial.
Gerações Z e Alpha aprendem com autonomia, são multifocais e convergentes
Mesmo a ideia de que um curso superior é indispensável para ter uma carreira bem-sucedida tem mudado, embora a faculdade ainda faça a diferença. Mas os jovens hoje têm familiaridade com a tecnologia digital e uma infinidade de conteúdo à disposição para aprender sobre praticamente qualquer coisa, inclusive uma carreira promissora como a programação, de forma quase autônoma. Ficou muito mais difícil para a escola disputar a atenção desse menino ou dessa menina que fica o dia inteiro ligado no celular e no computador.
É natural que os modelos pedagógicos evoluam mais lentamente, mas eles precisam evoluir. Iniciativas como o novo ensino médio brasileiro buscam essa atualização, mas podem demorar muito até entrar em vigor, e quando entram, já podem estar desatualizados. Modelos como o seamless learning (aprendizado sem costuras), que considera a aprendizagem formal e informal por meio de dispositivos analógicos e digitais; o ensino em espaços físicos diferentes e a transparência na forma de ensinar por meio de múltiplas tarefas, têm obtido bons resultados em despertar e manter o interesse da garotada atual na escola.
Os jovens da geração Z – e ainda mais da Alpha, que já está na escola – são tipicamente multifocais e convergentes. Eles aprendem e extraem informação de diferentes fontes, analógicas e digitais, com uma facilidade incrível. Eliminar as “costuras” do ensino é justamente tirar essas barreiras entre as diferentes fontes e métodos de aprendizado.
Eles também estão cada vez mais interessados em aprender fazendo, construir coisas. De certa forma, a predominância do digital e do virtual os fez valorizar a experiência física. Talvez relacionado a isso, há uma maior valorização dos sentimentos, dos afetos, e da preocupação com temas como diversidade, tolerância e meio ambiente. O individualismo, característica das gerações X e Y, já dá lugar a uma mentalidade mais colaborativa.
Com tudo isso, a relação professor-aluno fica cada vez menos hierárquica e mais horizontal. As aulas expositivas tradicionais, com o professor lá na frente em uma posição de poder frente aos alunos sentados alinhados, já estão obsoletas. O grave problema da violência nas escolas, com casos infelizmente comuns de violência nas salas de aula, pode ser minimizado com essa relação mais igualitária entre professor e alunos.
Enfim, os desafios de educar as novas gerações são imensos, mas as oportunidades são ainda maiores. Aqui no Instituto Órizon temos visto iniciativas incríveis de novas tecnologias, ferramentas e métodos educacionais que estão tendo excelentes resultados em conectar com a geração atual e ajudá-los a desenvolver todo o seu potencial. Um de nossos objetivos é apoiar essas iniciativas, e vamos falar ainda muito sobre isso!
Para saber mais:
Como as diferentes gerações aprendem – Revista Educação