Novo Ensino Médio entra em vigor: conheça as principais mudanças

O ano de 2022 começou com uma grande novidade na educação brasileira. Entrou em vigor o Novo Ensino Médio, aprovado como Projeto de Lei em 2017. Trata-se de uma reforma significativa nessa etapa muito importante do percurso educacional de nossos jovens.

O novo formato prevê o aumento das horas letivas anuais, alterações na grade curricular e no próprio objetivo do Ensino Médio, que passa a dar mais ênfase em preparar para o mercado de trabalho do que no ingresso nas universidades, integrando o Ensino Médio aos cursos técnicos. Assim, o aluno receberá um diploma de uma área específica ao se formar.

As mudanças se aplicam tanto à rede pública quanto às escolas privadas e serão gradativas.
Para esse ano, as mudanças se aplicam apenas ao 1º ano, em 2023 chegam ao 2º ano e, em 2024, ao 3º. O tempo diário de aula passa de 4 para 5 horas, chegando a mil horas anuais, 200 a mais do que no modelo anterior. 30% das aulas do ensino médio noturno e 20% do diurno poderão ser ministradas remotamente.

A grade curricular vai deixar de ter disciplinas separadas para integrá-las em “áreas de conhecimento”. Biologia, Física e Química integrarão o bloco “Ciências da Natureza e suas Tecnologias”, e Filosofia, Geografia, História e Sociologia comporão o bloco “Ciências Humanas e Sociais Aplicadas”. Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Artes e Educação Física formarão o bloco “Linguagens e suas Tecnologias”. A Matemática se tornará “Matemática e suas Tecnologias”. Essas mudanças visam acompanhar o modelo do ENEM. 60% do total das horas letivas serão de aulas destas áreas de conhecimento.

Outra novidade é o chamado “Projeto de Vida”, que possibilita aos jovens compreenderem o que querem para seu futuro e traçarem um percurso de carreira para realizar esse objetivo. Os estudantes poderão escolher matérias eletivas, que tenham a ver com seu projeto, que corresponderão a 40% da carga horária. Estas matérias farão parte dos “Itinerários Formativos” que os estudantes optarem.

As mudanças são bem-vindas e acompanham as grandes mudanças que estamos vendo na nossa sociedade, no mundo do trabalho e em nossa relação com a tecnologia e a natureza. Mas devemos estar atentos para evitar que, sem recursos, a rede pública não consiga acompanhar as mudanças, o que irá aumentar ainda mais nossa grande desigualdade educacional.

Além disso, para que essas mudanças gerem o resultado esperado, é preciso que os jovens tenham acesso a informações detalhadas sobre os diferentes caminhos, as possibilidades de escolha, e possam tirar dúvidas. Esses pontos ainda não estão claros e também podem intensificar a igualdade educacional se, por exemplo, os alunos das escolas particulares tiverem acesso a psicólogos e outros profissionais e recursos, não disponíveis na rede pública, que auxiliem nesse percurso. O projeto não especifica como as escolas ajudarão os estudantes a escolherem seus projetos. Por isso, vamos ficar de olho e acompanhar!

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