No artigo anterior, falamos sobre a importância cada vez maior do alinhamento entre o Investimento Social Corporativo (ISC) e o negócio nas empresas. Muito desta tendência é consequência da consolidação da agenda ESG. Principalmente sobre o peso cada vez maior da sustentabilidade, responsabilidade social e governança nas decisões de investimentos dos principais fundos e demais players do mercado financeiro. Cada vez mais, os números ESG estão integrados ao planejamento estratégico e a todas áreas e processos das empresas. Seguindo assim no caminho para que um dia “todos os negócios sejam negócios sociais”.
Entre as principais tendências de ESG observadas atualmente nas empresas, está a adoção de critérios ESG para a remuneração dos executivos. Segundo um relatório da empresa de análise de dados WTW, 81% das empresas globais já incluem ao menos uma métrica de ESG nos planos de remuneração dos seus executivos. O percentual é 4% acima do registrado no ano passado, e 13 pontos percentuais a mais em comparação a 2020. Entre as empresas europeias, a porcentagem chega a 93%. O estudo abrangeu mais de mil companhias listadas nas bolsas de valores dos EUA, Europa e Ásia.
Números ESG: métricas sociais são mais usadas, mas as ambientais avançam
A maioria das empresas utilizam métricas ESG na composição dos planos de remuneração de curto prazo. No entanto, estão sendo cada vez mais usadas também nos planos de longo prazo. As métricas ligadas ao pilar social, em especial as ligadas a capital humano e gestão de pessoas, são as mais comuns. Contudo, aquelas do pilar ambiental, principalmente as metas de redução de emissões de carbono, estão sendo cada vez mais adotadas. Para a especialista em sustentabilidade Ana Luiza Silva, citada no Linkedin Notícias sobre o assunto, essa tendência prova que o ESG não é mais visto como um custo, “valendo dinheiro” para as empresas. Ou seja, o alinhamento entre o ISC, o ESG e o negócio é cada vez maior.
A consolidação da incorporação de métricas socioambientais à remuneração não só dos executivos, mas de todos os colaboradores das empresas, seria um marco fundamental para que realmente o sonho de um mundo melhor, em que desenvolvimento econômico, sustentabilidade e inclusão social andem juntos, aconteça. Historicamente, o lucro trimestral foi a grande prioridade das empresas, muitas vezes alcançado à custa da ética e do meio ambiente. Com essa mudança de paradigma, todo o planejamento estratégico e operacional das empresas precisa se adaptar.
Importância da conscientização sobre número ESG
A conscientização de que os números ESG realmente valem para as empresas seguirem criando valor a longo prazo. Além disso, essa tarefa pode levar a transformações radicais na configuração da própria sociedade, contribuindo para a solução de temas como a pobreza, a desigualdade social e as mudanças climáticas. No entanto, essa mudança não virá no curto prazo. Por isso, é necessário um comprometimento estrutural do setor privado para que esse movimento não dependa de fatores como a conjuntura econômica ou política do momento.
O Instituto Órizon, como uma iniciativa do setor de Private Equity, tem a missão de difundir os conceitos de Investimento Social Privado e Corporativo e Venture Philanthropy no Brasil. Sendo assim, nascemos com esse propósito: ser um ator que contribua para garantir a continuidade e fortalecimento deste grande movimento. Podemos e vamos mudar o mundo!