Investir em ações de empresas listadas na Bolsa de Valores é uma modalidade bem conhecida. Mas há outro modelo de investimento para empresas que não estão na Bolsa. É o chamado Private Equity. Private (privado) se refere fato destas empresas serem chamadas de Capital Privado, enquanto as listadas na Bolsa são chamadas de Capital Aberto.
Tanto empresas de Capital Aberto quanto de Capital Fechado buscam investidores para financiar seu crescimento e desenvolvimento. As que preferem manter o Capital Fechado buscam em empresas, instituições e fundos de Private Equity o capital necessário para apoiar seu projeto de crescimento. Neste sentido, o Private Equity se assemelha ao Venture Capital, que também aporta capital em empresas que querem crescer.
Mas há uma diferença: o Venture Capital investe geralmente em empresas no estágio inicial, as chamadas startups, geralmente do setor de tecnologia. Já o Private Equity busca empresas já estabelecidas, que já possuem clientes e um fluxo de caixa, mas que precisam de ajuda para crescer ou se reestruturar. Assim, ambas são modalidades de investimento de risco, embora o Venture Capital assuma maior risco.
Para que esse investimento seja bem-sucedido e traga retorno, os gestores de Private Equity, que devem possuir grande experiência em gestão de empresas, primeiro identificam as empresas com potencial de crescimento através de processos de due dilligence, que fazem um “raio x” da situação da empresa, suas fortalezas e fraquezas, e o que deve melhorar.
Após comprar a participação na empresa, esses gestores aplicam as melhorias necessárias nos processos, cortando custos, renegociando dívidas, mediando as relações das empresas com instituições financeiras. Quando a empresa está no caminho certo, com crescimento no faturamento e lucro, os fundos de Private Equity podem vender sua participação, obtendo um bom lucro, ou até realizar o IPO da empresa, oferecendo as ações na Bolsa e abrindo o Capital.
Venture Philanthropy: Private Equity aplicado ao social
Os fundos de Private Equity tiveram um grande crescimento desde que essa modalidade passou a se popularizar nos EUA, na década de 1990. O sucesso do modelo chegou ao universo da filantropia, quando alguns dos maiores gestores e investidores viram que poderiam aplicar essa estratégia bem-sucedida para gerar maior impacto em ações sociais. Assim, nasceu o Venture Philanthropy.
Assim como no Private Equity, o investimento feito em uma Organização Social com base no Venture Philanthropy envolve também o apoio não financeiro, em forma de melhorias na gestão e nos processos da entidade para potencializar o impacto social oferecido. Esse apoio é dado a longo prazo, e os gestores dos fundos se envolvem profundamente na organização, fazendo o due dilligence. Os fundos podem agregar parceiros que sejam especialistas em suas áreas e podem colaborar, por exemplo, escritórios de advocacia, agências de comunicação e marketing e especialistas em transformação digital. Por fim, métricas específicas são utilizadas para quantificar essas melhorias e basear os futuros investimentos
O Instituto Órizon foi criado por alguns dos principais fundos de Private Equity que operam no Brasil – Pátria Investimentos, SPX Capital, Vinci Partners e Warburg Pincus – para difundir no Brasil o conceito de Venture Philanthropy. Aplicamos esse modelo nas instituições educacionais apoiadas pelo nosso primeiro edital – Colégio Mão Amiga, Pró-Saber SP, Rede Cruzada e Fundação Iochpe – e já estamos vendo o resultado, embora o apoio seja a longo prazo. É assim, fazendo o que sabemos fazer bem, que ajudamos a mudar o mundo!