Pauta ESG vive consolidação e exige resultados concretos

O ESG foi destaque no mercado financeiro em 2020.

Nos últimos anos, a pauta ESG se consagrou como o termo padrão para agrupar as iniciativas das empresas nas áreas da sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança corporativa. Esse “guarda-chuva” inclui aspectos como a diversidade e inclusão, combate à corrupção e a aderência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas). A grande virada foi o engajamento dos principais gestores de fundos de investimento para criar carteiras focadas na pauta ESG, de forma a financiar empresas que comprovem suas boas práticas socioambientais e de governança.

Até recentemente, a maioria das empresas tinha apenas compromissos informais e ações de marketing focadas em responsabilidade socioambiental. A adoção de critérios padronizados de avaliação das externalidades provocadas pelas atividades das empresas – e como elas buscam mitigar os efeitos negativos de sua atuação – são uma evolução significativa.

Aspectos importantes da pauta ESG

Sem dúvida, a conscientização sobre a responsabilidade que grandes empresas e investidores têm sobre o planeta em que vivemos e as condições sociais da população aumentou exponencialmente na última década. A confirmação pela Ciência das mudanças climáticas provocadas pela emissão de carbono e os graves problemas sociais causados pela desigualdade levam a uma pressão cada vez maior de consumidores, da sociedade civil e do poder público – e agora também dos investidores – sobre as empresas para que elas façam sua parte.

Mas, em 2022, estamos vendo que, embora a conscientização sobre a importância do ESG tenha se disseminado muito, transformar esse compromisso em ações e resultados não é tão simples assim. Muitas empresas têm tido uma evolução abaixo do esperado nas metas. O momento agora é de reconhecer essas limitações e trabalhar para que esses resultados apareçam na velocidade necessária para enfrentar esses imensos desafios. A consolidação e padronização dos indicadores e métricas da pauta ESG é um passo fundamental para que isso aconteça.

Brasil ganha reforço nos índices da pauta ESG

Aqui no Brasil, estamos vendo as tendências mais atuais apontando para este caminho. A B3, que opera as bolsas de valores Bovespa e BM&F, possui desde 2005 o índice ISE B3 (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3), que divulga as empresas com ações negociadas na bolsa que cumprem com os requisitos ESG. A partir deste ano, o índice adotou uma nova metodologia, mais simples e transparente para os investidores, permitindo a elaboração de rankings com as empresas de capital aberto mais avançadas na agenda ESG, segundo matéria do portal Poupar Dinheiro.

Agora, o ranking traz a nota geral de todas as empresas que participarem do processo de seleção, inclusive as não selecionadas para a carteira ESG. Traz ainda a pontuação obtida em cada um dos 28 temas que integram as dimensões meio ambiente, governança corporativa e alta gestão, capital humano, capital social e modelo de negócios e inovação. As informações estão disponíveis no site www.iseb3.com.br.

Outra novidade recente reforça essa consolidação da pauta ESG no Brasil. No início de setembro, o Google anunciou o lançamento da plataforma Impact! ESG, que pretende auxiliar as empresas a avaliarem o impacto que geram na sociedade. O programa, inédito para o Google em todo o mundo, foi criado em parceria com a MindMiners e com o Sistema B, e ouviu 3 mil pessoas de todas as regiões do Brasil sobre a atuação de 274 das marcas mais conhecidas no país, segundo matéria do Clube de Criação.

O levantamento mostrou que apenas 1 em cada 5 brasileiros estão familiarizados com os temas englobados no ESG, mas mesmo sem reconhecer a sigla, 4 em cada 5 considera importante que as empresas tenham ações que tragam impacto positivo para o meio ambiente, o social e a governança. A partir dos dados da pesquisa, o projeto criou o Índice ESG, métrica desenvolvida pela MindMiners junto com o Google para aferir o grau de associação de uma marca aos quesitos ligados ao conceito, e orientar as marcas a amadurecer suas estratégias de ESG.

Venture Philanthropy é um aliado valioso para o ESG

Neste momento de consolidação e reforço dos indicadores ESG, o Venture Philanthropy também surge como uma metodologia eficiente de planejamento, execução e mensuração de ações de impacto socioambiental. Isto porque o Venture Philanthropy utiliza métodos e estratégias desenvolvidas pelos gestores de venture capital e private equity para avaliar o desempenho de empresas que buscam financiamento, aplicados ao universo da filantropia e impacto social. Esses métodos incluem ferramentas de aprimoramento de gestão, financiamento híbrido e monitoramento e mensuração de resultados.

Entre eles está o due dilligence, um “mergulho” nas empresas que tem o objetivo de mapear seus riscos, fragilidades e potencialidades. De acordo com uma matéria recente do portal Exame, a prática é fundamental para o compliance e políticas anticorrupção que formam o pilar G do ESG, que trata da governança. Também é importante para o processo de contratação de um fornecedor, garantindo que ele não traga riscos associados a aspectos socioambientais, como por exemplo uso de trabalho análogo à escravidão na cadeia de produção ou irregularidade nas licenças ambientais.

O Instituto Órizon, como embaixador do conceito de Venture Philanthropy no Brasil, utiliza essas ferramentas no apoio a organizações da sociedade civil que fazem ações na área da educação. Essa abordagem também pode embasar ações que empresas executem em parceria com organizações sociais e o poder público, potencializando o retorno do investimento na forma de impacto positivo no meio ambiente e na sociedade. Assim, o ESG deixa de ser apenas uma sigla e se torna realidade!

Para saber mais:

Índice de sustentabilidade da B3: conheça a nova carteira ESG – Poupar Dinheiro
Impact! ESG – Plataforma do Google quer ajudar marcas a definir estratégias – Clube de Criação
Fazer uma boa due dilligence pode ser a diferença entre ter ou não boas práticas ESG – Exame

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