Pesquisa mostra que o Terceiro Setor responde por 4,27% do PIB brasileiro

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Quando pensamos no Terceiro Setor, temos a tendência de pensar na chave da filantropia enquanto “recursos a fundo perdido”, investidos para trazer um avanço social, mas que não traz um impacto econômico mensurável. Nada mais longe da realidade. Afinal, a redução da pobreza, das desigualdades, a criação de oportunidades para todos melhorarem de vida por meio do acesso à educação e saúde de qualidade, à cultura, esporte etc., obviamente causam impacto econômico positivo. Gera empregos mais qualificados, inovação, empreendedorismo, enfim, movimenta a economia como um todo.  

Faltava ainda um estudo aprofundado que mensurasse esse impacto na forma de, por exemplo, o quanto o Terceiro Setor movimenta no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Por isso, é muito bem-vinda a publicação do estudo ‘A importância do Terceiro Setor para o PIB no Brasil’, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), por iniciativa do Movimento por uma Cultura de Doação (MCD) e coordenado pela Sitawi Finanças do Bem.  

Então, afinal qual é o tamanho do Terceiro Setor no PIB brasileiro? Segundo a pesquisa, as fundações filantrópicas e organizações sociais sem fins lucrativos responde por 4,27% da economia do país, totalizando a mais de R$ 220 bilhões. Para se ter uma ideia, essa fatia é maior do que a de fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, e quase equivalente à da agricultura. O setor responde ainda por 5,88% dos postos de trabalho remunerados diretos e indiretos, o que equivale a cerca de 6 milhões de empregos.  

Saúde e Educação são as áreas que trazem mais retorno Terceiro Setor

A pesquisa traz muitos dados interessantes para todos que atuam ou apoiam o Terceiro Setor. Trata-se de uma radiografia dessa cadeia produtiva e suas interrelações com os outros setores da economia. Nas pesquisas anteriores que buscaram dimensionar o Terceiro Setor, ele era visto de forma isolada, o que subdimensionava seu impacto econômico. Foram analisadas quatro áreas: educação, saúde, atividades artísticas e outras organizações associativas (que desenvolvem atividades como geração de renda, direitos humanos, meio ambiente, segurança alimentar, assistência à infância, proteção aos animais etc.).  

A área da Saúde é que movimenta mais recursos e emprega mais pessoas: gera valor adicionado de R$ 67,1 bilhões e 1,3 milhão de empregos. Em seguida, a Educação gera R$ 30,1 bilhões de valor adicionado e 721 mil postos de trabalho. Outro indicador importante é o multiplicador de produção, que informa o quanto o dinheiro gasto traz de retorno em produção. Na Educação, o multiplicador é de 1,41, ou seja cada R$ 1,00 gasto aumenta o produto da economia brasileira em R$ 1,41. Na saúde, o multiplicador é de 1,53 e, na Cultura, 1,60. Em relação aos empregos, cada emprego gerado no Terceiro Setor na área da Educação gera 1,20 empregos em outros setores da economia, e na Saúde, esse fator multiplicador é de 1,40.  

Como o estudo utiliza como base a pesquisa de insumo-produto do IBGE, que mede essa interrelação entre os setores econômicos, cuja última edição é de 2015, é bem possível que esses dados estejam desatualizados e, atualmente, a participação do Terceiro Setor no crescimento da economia brasileira e na geração de empregos seja ainda maior. Isto porque, desde então, o número de organizações sociais cresceu em 20%, e a crise econômica e a pandemia da Covid-19 aumentaram a demanda por ações sociais.  

Esta pesquisa é importante para fundamentar discussões com o setor público para guiar propostas de políticas públicas de apoio às organizações sociais sem fins lucrativos que potencializem ainda mais esse impacto econômico. Da mesma forma, a percepção de que o impacto positivo vai além de suas ações diretas pode ajudar as OSs a receberem mais investimentos na forma de doações, fundos e outros recursos do setor privado. Também políticas públicas de incentivo a investimentos sociais por partes das empresas.  

Nós do Instituto Órizon acreditamos desde nosso início justamente nessa força do Terceiro Setor brasileiro para ser um motor de desenvolvimento econômico e social, trazendo impacto positivo para toda a economia e sociedade, gerando um círculo virtuoso. Por isso, ficamos muito felizes com esse resultado e temos certeza de que, com a união de Poder Público, Setor Privado e Terceiro Setor, esses números podem crescer muito mais! 

Vale baixar o relatório completo da pesquisa ‘A importância do Terceiro Setor para o PIB no Brasil’, que traz muitos mais detalhes que podem embasar os investimentos futuros nesse setor de extrema importância para o desenvolvimento econômico com inclusão social.

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