Tendências do 3º Setor para 2023 apontam muitas oportunidades para as OSCs

Principais indicadores

O Brasil e o mundo iniciam 2023 com o início de novos ciclos. Aqui em nosso país, temos um novo governo, que enfrentará imensos desafios, como erradicar a fome e a extrema pobreza, garantir a saúde dos brasileiros no rescaldo da pandemia da Covid-19 e diminuir o déficit educacional de nossas crianças e adolescentes – historicamente alto, mas que se agravou muito devido à pandemia.

Desde a redemocratização e a Constituição de 1988, esses são algumas das prioridades dos diversos governos que passaram, mas ainda há muito a ser feito, e o Estado sozinho não dá conta de tudo. Felizmente, também nas últimas décadas, a consolidação de um Terceiro Setor formado por Organizações da Sociedade Civil (OSCs), e o avanço da agenda de responsabilidade social e ESG no setor privado, têm unido forças para resolver esses grandes problemas.

Agora para 2023, após o grande teste trazido pela pandemia e a crise econômica dos últimos anos, o Terceiro Setor está olhando para a frente. Os desafios do futuro não são poucos, a começar pelo maior deles, as mudanças climáticas e a crise ambiental, e também a desigualdade social, a crise na educação e a ameaça de novas crises de saúde pública. Quais tendências irão moldar o Terceiro Setor neste ano e além? Neste artigo, vamos falar um pouco sobre algumas delas.

Boa notícia: financiamento deve se expandir

O mais importante é que a sociedade em geral está cada vez mais consciente sobre a gravidade desses desafios e a necessidade de enfrentá-los. Isto inclui não só empresas de todos os portes e setores, mas também fundos de investimento, gestores de capital e o setor financeiro, fundamentais como motores da mudança. Isto significa uma ótima notícia para as OSCs: haverá cada vez mais financiamento e apoio às ações de impacto social. O setor público, inclusive do Brasil, também deverá aportar mais recursos para a execução das políticas públicas de combate à pobreza, inclusão social, educação, saúde etc.

Assim, a prioridade das organizações deve ser ainda mais a captação de recursos. A busca por parcerias com o setor público e o privado deve receber maior foco, sem deixar de lado as campanhas de arrecadação com doadores individuais, embora o cenário econômico ainda desafiador seja um entreve.

Profissionalização e digitalização devem se acentuar

Outras tendências que já eram observadas há alguns anos devem se intensificar, como a crescente profissionalização e capacitação de quem atua no terceiro setor, seja como funcionário das organizações ou voluntário. Especialmente nas áreas de captação e de implementação de tecnologia e transformação digital, há uma grande demanda por profissionais qualificados. Ter uma equipe capacitada permite às organizações darem um salto de eficiência, qualidade e impacto da sua oferta social.

Falando em transformação digital, essa é outra tendência que só deve se acelerar. Uma característica do digital é a transformação constante, com novas inovações e tecnologias surgindo em alta velocidade. Muitas OSCs ainda estão bastante defasadas em suas jornadas para se adequarem a essa realidade digital, e a busca por parcerias com entidades, empresas e outros atores que entendam deste universo é uma boa forma para “tirar o atraso” e digitalizar sua organização.

Empresas buscam parcerias com OSCs

Do ponto de vista das empresas e da agenda ESG, após o momento de consolidação observado em 2023, deve haver uma intensificação das ações com foco no impacto gerado. Com os orçamentos mais apertados devido à crise dos últimos anos e da inflação, as empresas devem desenvolver menos ações diretamente e contar mais com as parcerias, o que é outra ótima notícia para as OSCs. Outra vertente que deverá crescer é o voluntariado corporativo, em que as empresas incentivam seus funcionários a serem voluntários em ações e causas sociais, outra oportunidade para parcerias com as OSCs.

Alinhamento às ODSs é fundamental

O alinhamento das ações socioambientais, sejam do Primeiro (poder público), Segundo (setor privado) e Terceiro (OSCs) setores, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU é outra tendência que vem se intensificando nos últimos anos e deve crescer ainda mais. Os ODSs se mostraram um excelente framework para estruturar ações e iniciativas socioambientais, dando maior clareza aos diversos desafios e como eles estão interligados.

Em resumo, 2023 será de muitos desafios, mas, por isso mesmo, de muitas oportunidades no Terceiro Setor. As organizações precisam reforçar suas equipes e governança, se qualificar e ir atrás de parcerias e financiadores para potencializar suas ofertas sociais e o impacto positivo que geram na sociedade. O importante é saber que a transformação é possível, arregaçar as mangas e fazer acontecer!

Para saber mais:
Cinco tendências da captação de recursos para 2023 – Observatório do 3º Setor

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