UNESCO analisa o impacto da tecnologia na educação

Tecnologia na educação para jovens

O debate sobre o potencial educacional da tecnologia, e também sobre os riscos de seu uso abusivo pelas crianças e adolescentes, avançou muito nos últimos anos. Há um consenso de que a evolução tecnológica não para e que elas vêm para melhorar nossa vida, mas também de que, como ferramenta poderosa que é, ela pode ser e é usada com objetivos perniciosos.

A necessidade de suspender as aulas presenciais durante o período mais agudo da pandemia da Covid-19 mostrou que a tecnologia digital – Ensino à Distância, teleconferência, plataformas de aprendizado colaborativo e gameficado, podcasts, aplicativos – têm seu lugar nas salas de aula, mas que as próprias salas, as aulas presenciais e o convívio direto de alunos e professores e de alunos com alunos, são essenciais para que nossas crianças realmente aprendam.

Para se avaliar quais políticas e ações na área da educação realmente funcionam e podem ser replicadas e aplicadas em grande escala, há uma imensa gama de estudos e pesquisas, muitos focados no aspecto das tecnologias e educação digital. Por exemplo, alguns países que adotaram plataformas de ensino totalmente digitais voltaram atrás e entenderam, na prática, porque livros e cadernos de papel e outras tecnologias analógicas são importantes para desenvolver a inteligência, habilidades e sentidos das crianças de forma mais ampla e profunda.

Uma das referências mais importantes para entender como estão os sistemas educacionais a nível global atualmente, e o que precisa melhorar para termos uma educação à altura dos desafios atuais, é o Monitoramento Global da Educação produzido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A edição mais recente do estudo é focada justamente na Tecnologia na Educação, a partir da pergunta: uma ferramenta a serviço de quem”? Vale ler o resumo do relatório, que traz muitas informações relevantes sobre o uso real da tecnologia nas escolas, os prós e contras e como tornar a tecnologia cada vez mais uma aliada da educação. Mas vamos destacar alguns pontos mais interessantes.

Principal risco da tecnologia é aumentar desigualdade na educação

Uma das mensagens principais do estudo é que precisamos de muito mais estudos e pesquisas para entender de fato o que a tecnologia provoca na educação. Isto se deve à característica dessa tecnologia de evoluir muito rapidamente, mais rápido do que as pesquisas com as metodologias atuais conseguem captar. Assim, ainda há poucas evidências robustas sobre o real impacto da tecnologia e o que ela agrega de valor aos sistemas educacionais.

Mas, com o que temos de evidências, já é possível traçar um panorama em que fica claro que a tecnologia traz muitos benefícios e também alguns riscos. E que o principal desses riscos é aumentar a desigualdade entre os mais ricos, que têm acesso à boa educação, e os mais pobres, fator crucial para a manutenção do chamado ciclo da pobreza.

O acesso à internet, como vimos na pandemia, se tornou um fator importantíssimo, e é preciso garantir o acesso de todos os estudantes à conectividade estável. O estudo concluiu também que a tecnologia tem papel fundamental para que crianças e adolescentes com deficiência tenham acesso à escola.

Tecnologia funciona se tiver objetivos claros

O relatório traz muitos exemplos positivos de iniciativas de inserção da tecnologia no ensino que fizeram a diferença, como a Biblioteca Acadêmica Digital Nacional da Índia e o Portal dos Professores de Bangladesh. Mas também traz exemplos malsucedidos, como a distribuição de 1 milhão de laptops a estudantes do Peru, que não levou a melhoras nos índices educacionais. Outra conclusão interessante é que a tecnologia não precisa ser avançada para ser efetiva. Na China, gravações de aulas de alta qualidade distribuídas a 100 milhões de estudantes rurais, melhoraram seus resultados em 32% e diminuíram a desigualdade salarial entre populações urbanas e rurais em 38%

A lição que fica desse vasto conteúdo sobre uso da tecnologia em todo o mundo reunido no relatório da UNESCO é que a tecnologia não traz resultados por si só. Ela é uma ferramenta que têm muita utilidade se aplicada para executar políticas educacionais bem definidas, com objetivos claros e mensuráveis. Aqui no Instituto Órizon, o uso da tecnologia na educação é uma das principais bandeiras, e compartilhamos dessa visão de que ela é um poderoso meio para que atinjamos o que queremos: um futuro melhor para nossas crianças e nosso planeta!

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