Como o Venture Philanthropy pode ajudar a concretizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs)

Em 2015, todos os 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovaram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), que devem ser atingidos até 2030 para garantir um futuro de paz, prosperidade e equilíbrio ambiental em nosso planeta. Esses objetivos são um chamado à ação para que países desenvolvidos e em desenvolvimento, empresas, organizações da sociedade civil, enfim, todos nós, formemos uma parceria global para resolver os grandes desafios da atualidade.

Os ODSs visam erradicar a pobreza e outras privações que ainda atingem boa parte da humanidade, diminuir as desigualdades, impulsionar o desenvolvimento econômico e levar saúde, educação e oportunidades a todos, independente de gênero, etnia, condição social, orientação sexual, deficiência etc., ao mesmo tempo em que enfrenta as mudanças climáticas e preserva ecossistemas e biodiversidade nas florestas e oceanos.

Para que essas metas se tornem realidade, a ONU estima que serão necessários investimentos de US$ 3,5 trilhões por ano até 2030. Ou seja, contando com 2022, 31,5 trilhões de dólares. O financiamento para a infinidade de ações que, em conjunto, transformarão o mundo, vem de uma série de fontes: setor público, órgãos e agências de fomento, como o Banco Mundial, fundações filantrópicas, e o setor privado, por meio das empresas e grandes fundos de investimento. Mas, até o momento, a soma dos recursos já levantados está longe dessa quantia astronômica de US$ 3,5 trilhões anuais.

Com o avanço da tendência do ESG (Environmental, Social and Governance, ou Meio Ambiente, Social e Governança), grandes empresas e os maiores fundos de investimento do mundo estão fazendo sua parte para enfrentar os grandes desafios socioambientais do nosso tempo. Com os orçamentos públicos cada vez mais pressionados pela questão fiscal, o papel do setor privado se torna ainda mais importante. Uma das formas mais efetivas deste setor participar deste esforço global é por meio da metodologia da Venture Philanthropy.

Venture Philanthropy potencializa impacto dos ODSs além do financeiro

A Venture Philanthropy possui características que favorecem o impacto das ações financiadas, e vão além do apoio financeiro em si. Esse modelo prevê que as entidades apoiadas recebam, por exemplo, capacitação, transferência de tecnologia e ferramentas de gestão que impulsionarão a iniciativa. Além disso, a Venture Philanthropy utiliza ferramentas de mensuração de resultados que mostram com maior precisão o impacto gerado pela ação e permitem refinar e atingir melhores resultados no futuro.

No lado financeiro, a Venture Philanthropy se baseia no alto grau de comprometimento e proximidade entre os financiadores e as entidades beneficiadas, e esse apoio se sustenta a longo prazo. Os gestores de Venture Philanthropy se utilizam de sua expertise adquirida no mercado financeiro para desenvolver planos de financiamento altamente customizado, que podem utilizar uma combinação de fontes, desde doações (grants) a fundo perdido até investimentos de impacto que trarão, além do impacto socioambiental desejado, um retorno financeiro. Tudo isso vem de encontro ao que é preciso para que os ODSs se concretizem: comprometimento real, a longo prazo, usando o que há de melhor no mercado para potencializar o impacto de um investimento.

Cada um dos 17 ODSs foi bem pensado para ser uma meta clara, precisa e atingível, com grande impacto na qualidade de vida dos quase 8 milhões de terráqueos e também dos animais, plantas, ar, água, enfim, tudo o que forma nosso lar, o Planeta Terra. Esse formato dos objetivos facilita a adoção dessas metas por empresas e investidores, com a padronização da mensuração de resultados, tudo formando um ciclo virtuoso que torna essas ousadas metas atingíveis.

Mas é importante lembrar que o setor privado, as fundações filantrópicas e fundos ESG, embora sejam fundamentais, não vão sozinhos solucionar tantos desafios. A parceria com o setor público e agências multilaterais como ONU, G20, Banco Mundial, etc., são fundamentais. Há ainda muita concentração dessas fundações filantrópicas nos países e ricos, e embora muitas fazem trabalhos nas regiões mais pobres do mundo, essa distância da sede para a ponta é um problema que precisa ser enfrentado.

Em resumo, o Venture Philanthropy pode ajudar muito a dar maior eficiência e consistência ao investimento para os ODSs, podendo financiar ações de longo prazo e mensurar o impacto com exatidão. Como embaixadores do conceito de Venture Philanthropy no Brasil, nós do Instituto Órizon acreditamos que é possível atingir boa parte dessas metas cruciais nesses pouco menos de oito anos que restam até 2030.

Vamos juntos!

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