Instituto Órizon reúne stakeholders para compartilhar os aprendizados de dois anos de atividade

Estamos chegando ao final do segundo ano de atividades do Instituto Órizon! Neste período cumprimos, com louvor, os objetivos a que nos propomos quando os fundos fundadores do Órizon se reuniram para fazer a diferença na área do investimento de impacto social. Para marcar esses dois anos, realizamos no último dia 17 de novembro, no auditório do Pinheiro Neto Advogados, um de nossos parceiros técnicos, um evento presencial para reunir os stakeholders do instituto fisicamente. No café da manhã, pudemos trocar ideias sobre o que já fizemos, os desafios que enfrentamos e como pretendemos seguir ganhando escala em nossa missão de auxiliar Organizações da Sociedade Civil que atuam na educação a obterem maior impacto com suas ações.

A diretora do Instituto Órizon Karina Blanck deu as boas-vindas aos parceiros técnicos, da Bain & Company, PwC, Wide Digital, Pinheiro Neto, Tide Social e Criando, os parceiros da Austral Holdings, Grupo Cura, D’Or Consultoria, Domino’s, Tempo Assist, Vero Internet e Uniasselvi, e aos representantes das três OSCs contempladas em nosso primeiro edital de apoio, Colégio Mão Amiga, Pró-Saber SP e Rede Cruzada, além da Fundação Iochpe e da Todos Pela Educação, das quais o Órizon é apoiador institucional. Eles puderam interagir e trocar impressões sobre o que tem funcionado no processo de apoio das organizações, suas principais necessidades e, principalmente, os aprendizados de tudo pelo que passamos desde o início do Órizon.

Órizon cumpriu a missão de divulgar o Venture Philanthropy

Karina chamou Bruno Zaremba, da Vinci Partners, para dar um panorama da história do Órizon e sua avaliação desse primeiro ciclo do instituto. Ele lembrou do grande sucesso do edital, no qual mais de 250 OSCs se inscreveram. “Estamos conseguindo fazer o que nos propomos inicialmente”, resumiu Bruno, lembrando que parte importante é a implementação do conceito de Venture Philanthropy. “Nossa ideia era tentar aplicar um pouco da tecnologia que aplicamos nas empresas investidas pelos fundos transposta para o universo das OSCs. Isso se traduz em equipes de monitoramento constituídas por integrantes de fundos atuando nas organizações”, explicou. Essas equipes, formadas por voluntários dos fundos e parceiros técnicos, auxilia os times das OSCs com os planos de implementação, participação nas decisões estratégicas, e apoio na tomada de decisão, para que elas consigam escalar suas ações e atingir um número maior de pessoas.

Bruno lembrou que, cada vez mais, os fundos estão buscando investimentos que tenham não só o valor econômico, mas também impacto positivo na sociedade e no planeta. “Isso gera produtividade para a economia como um todo. Mais oportunidade de emprego, educação mais linear, proteção ambiental”, afirmou, ressaltando que, no Vinci, líder em gestão de investimentos alterativos, as metas de ESG impactam nos bônus dos colaboradores no final do ano. Ele diz que as empresas estão cada vez mais interessadas na pauta e os próprios colaboradores demandam isso. Lembrou que a Austral, parte do ecossistema da Vinci e parceira do Órizon, fez recentemente um evento envolvendo a nossa apoiada Rede Cruzada.

Pensando no futuro, o conselheiro do Órizon lembrou que o ecossistema dos fundos fundadores do instituto é muito profundo. “Cada fundo tem entre 10 e 15 companhias investidas, no total 50 a 60, portanto existe um potencial de engajamento dentro do ecossistema que pode aumentar muito”, afirmou, enfatizando que o sucesso do Órizon possibilita aumentar esse engajamento conforme outras companhias do ecossistema vejam valor em estar envolvidas nas iniciativas. Reiterou que os objetivos do primeiro ciclo foram alcançados de forma excepcional, e a eficácia do conceito de Venture Philanthropy está comprovada. “Agora é ver como faz para escalar, passar de cinco apoiados para 10 ou 15, preservando os valores e propósitos”.

Mais do que os números, importam as conexões humanas

A diretora do Órizon Karina Blanck apresentou alguns números relevantes do que fizemos em 2022, mas mais que os números, passou o verdadeiro valor criado: as interações e conexões humanas entre pessoas que, cada um com sua expertise, estão unidas pelo propósito de transformação. “Vejo o Órizon como coordenador de um esforço coletivo. Por trás de cada marca, vejo pessoas extremamente comprometidos com a causa e se aproximar dos grandes protagonistas, que são as OSCs”.

Ela afirmou que, desde o início das atividades, as interações são sempre muito ricas, e tudo que aprendemos tentamos compartilhar com nosso ecossistema. Mostrou as atividades realizadas durante o ano e os números de 2022, que incluem mais de 2.800 beneficiados, mais de R$ 800 mil doados diretamente pelo Órizon, além de R$ 569 mil que conseguimos levantar com ações de captação. Sobre esse valor, Karina ressaltou que mostra o poder do Órizon de coordenar esforços. “Esses R$ 569 mil têm um valor muito maior combinado do que fossem os vários participantes isolados”, explicou.

Além dos resultados, Karina lembrou que 2022 foi um ano de aproximação do ecossistema, e queremos fazer ainda mais a partir do ano que vem. Como exemplos práticos, citou a integração entre as empresas apoiadoras e OSCs, como a Fundação Iochpe com a Austral, e a Vero e Pinheiro Neto, que fizeram ações de voluntariado com o Pró-Saber. “Cada pequeno contato em que o segundo setor entende a dinâmica e se sensibiliza para os desafios sociais, vale muito. Mais do que isso, quando os beneficiados que estão na ponta conseguem a oportunidade de sonhar, se cada jovem assistido passa a acreditar que pode ter um futuro melhor, é isso que a gente quer”, finalizou.

Principais desafios: digitalização, engajamento e sustentabilidade a longo prazo

A seguir, foi aberta a palavra para que nossa equipe de monitoramento, representada por Antonio Bulcão, Danielle Pimenta, João Fernando Vassão, Eduardo Rubini, Lucas Vivone e Gustavo Camargo, falassem sobre o que aprenderam nesse ano “botando a mão na massa” e trabalhando em total proximidade com as OSCs assistidas. Entre os principais desafios que eles apontaram, sem dúvida o principal foi o processo de digitalização das atividades, que foi a principal demanda apontada pelas inscritas no edital e se tornou ainda mais urgente no contexto de pandemia. Muitas OSCs ainda estão em um estágio primário do processo de transformação digital.

Pedro Cunha, da Fundação Iochpe, explicou que o próprio acesso é uma dificuldade. “Em empresas tradicionais, vemos que eles têm uma oferta analógica e querem levar para o digital. Nas OSCs, muitas vezes o problema é anterior: como levar a internet até lá, como levar dispositivos para ter acesso a esse conteúdo”. Ele também lembrou que o engajamento das crianças e adolescentes é mais complexo, assim como ter métricas de como medir esse engajamento.

Todos concordaram que as percepções deles sobre o terceiro setor mudou muito após irem a campo observar a realidade do trabalho social. Por exemplo, eles perceberam na prática que, mais do que o recurso financeiro, o importante é saber onde aplicar. Assim é necessário um trabalho de convencimento para mostrar à organização como implementar novas práticas pode melhorar a oferta social.

Também foi bastante citada a necessidade de engajamento da comunidade como um todo, e para isso, é preciso se aproximar ao máximo das organizações que estão presentes na região. É dali que sairão as soluções, que devem vir de baixo para cima.

Outra preocupação trazida, pelo aspecto da captação de recursos, é o baixo grau de confiança que temos Brasil, o que dificulta as doações. Mas ter um instituto como o Órizon, que é formado por marcas e profissionais conceituados e se preocupa com o accountability, aumenta a percepção positiva da filantropia.

As representantes das organizações contempladas no edital trouxeram muitos insights sobre quais são suas necessidade e prioridades. A Maria Cecilia, do Pró-Saber, por exemplo, mencionou o desafio de ter um projeto educacional de longo prazo aliado a um fluxo de doações que funciona mais no curto prazo. Já a Camilla Trindade, da Rede Cruzada, mostrou a necessidade de investir em comunicação e marketing, e realmente desenvolver “produtos” sociais para divulgar e potencializar a captação, mostrando para a sociedade o que é feito e o impacto gerado. Já Renata Prado, do Colégio Mão Amiga, compartilhou os desafios de ter um estabelecimento que abarca todo o ciclo escolar, que tem 13 anos, sendo um estabelecimento filantrópico. Ela citou que, por exemplo, o colégio precisa servir cerca de 1.400 refeições por dia aos alunos. Renata também falou sobre as transformações no ambiente escolar e a urgência de desenvolver o aspecto humano e os processos educativos.

O evento foi uma oportunidade muito rica de troca, que nos encheu de energia para, a partir de 2023, fazer ainda mais pela transformação da educação e do ecossistema de impacto social no Brasil. Teremos muitas novidades no próximo ano, e por hora resta agradecer a todos os parceiros e a grande rede que se formou nestes dois anos. Muito obrigado!

Compartilhe:

Veja também

Usamos cookies para melhorar sua experiência em nosso site. Se você continuar a usar o Instituto Órizon, registraremos que está de acordo. Saiba quais dados são recolhidos acessando nossa Politica de Privacidade.

Quer tranformar também?